Eurico, o Presbítero - Cap. 20: Capítulo 20 Pág. 186 / 186

Os últimos aripenes de terra livre. «O aripennis, arapennis, agripennis ou arpentum, donde veio a palavra francesa arpent, era uma medida de extensão igual a metade do jugerum, donde tomámos a palavra jeira. O aripene media-se em quadro e tinha de cada lado doze pérticas, medida que equivalia a dois palmos. Masdeu afirma que o aripene era medida especial da Bética, o que é inexacto; porque ela se acha mencionada em muitos documentos, não só de outras províncias de Espanha, mas também de diversos países, como se pode ver em Ducange, à palavra Arapennis.»

Primeiro o velho Opas, depois Juliano caíram. «Nas mil tradições diversas, quer antigas, quer inventadas em tempos mais modernos, sobre o modo como se constituiu a monarquia das Astúrias procurei cingir-me, ao menos no desenho geral, ao que passa por mais proximamente histórico. Todavia, cumpre advertir que Pelágio viveu, segundo todas as probabilidades, em tempos um pouco posteriores à conquista árabe, e que a morte de Opas e de Juliano na batalha de Cangas de Onis, sucesso narrado por alguns escritores, tem sobrados caracteres de fabulosa. A minha intenção, porém, foi, como já notei, pintar os homens da época de transição, digamos assim, dos tempos heróicos da história moderna para o período da cavalaria, brilhante ainda, mas já de dimensões ordinárias. O meu herói do Chrysus é como o último semideus que combate na Terra; os foragidos de Covadonga são como os primeiros cavaleiros da longa, patriótica e tenaz cruzada da Península contra os Sarracenos. Deste modo, sendo hoje dificultoso separar, em relação àquelas eras, o histórico do fabuloso, aproveitei de um e de outro o que me pareceu mais apropriado ao meu fim».





Os capítulos deste livro