Receberia a parte que lhe competia. Uma nota de cinco libras, pelo menos. Mesmo assim não correspondiam nem à décima parte do que lhe devia. Pela vigésima vez, com ligeiro mal-estar, registou o pensamento no espírito: cinco libras para Júlia.
No banco, não se verificou qualquer problema.
Gordon não tinha conta no estabelecimento, todavia o pessoal conhecia-o bem, pois Mr. McKechnie era cliente de I e Gordon apresentara cheques assinados pelo patrão. Houve apenas uma breve pausa para consulta com um superior e o funcionário reapareceu, sorridente.
- Notas, Mr. Comstock?
- Uma de cinco libras e o resto de uma, por favor. As irresistíveis notas deslizaram por baixo da divisória metálica do tampo do balcão, após as quais o funcionário impeliu uma pequena pilha de meias coroas e pence. Com simulada indiferença, Gordon guardou as moedas na algibeira sem as contar. Eram uma espécie de gorjeta, pois esperara receber dez libras exactas pelos cinquenta dólares. O câmbio devia ter sofrido alteração desde a última vez que o consultara. No entanto, dobrou a nota de cinco meticulosamente e introduziu-a no sobrescrito americano. Essa destinava-se a Júlia. Era sacrossanta. Enviar-lha-ia imediatamente.