O Mundo Perdido - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 29 / 286

Por sorte eu tinha aberto a porta; de outro modo tê-la-íamos atravessado. Executámos em conjunto um magnífico empranchado no corredor. Não me lembro de como agarrámos numa cadeira, no meio da confusão, nem de como saímos com ela para a rua. Tinha a boca cheia com a barba dele; os nossos braços encontravam-se estreitamente ligados num corpo-a-corpo ainda mais complicado por aquela maldita cadeira cujas pernas se encarniçavam a passar-nos rasteiras. O atento Austin tinha aberto para trás a porta do vestíbulo. Uma espécie de salto perigoso fez-nos cair de escantilhão pelos degraus. Vi no circo dois acrobatas praticarem uma ginástica idêntica, mas é necessário, sem dúvida, muito treino para a efectuar sem se aleijar! A cadeira fez-se em estilhas e rebolámos até à calçada. Ele pôs-se de pé e agitou os punhos; respirava penosamente, como um asmático.

- Já chega? - ofegou.

- Touro do inferno! - gritei enquanto me levantava.

Teríamos retomado o combate de imediato de tal modo o seu humor batalhador estava efervescente, mas, por felicidade, fui salvo de uma situação odiosa. Um polícia colocara-se ao nosso lado, com o bloco na mão.

- O que é que se passa? Deveriam ter vergonha! - disse o agente.

Era a observação mais sensata que eu ouvira em Enmore Park. - Então - insistiu, voltando-se para mim -, de que se trata?

- Este homem atacou-me! - respondi.

- Atacou-o? - interrogou o polícia.

O professor soprava como um ferreiro e calou-se.





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