O Mundo Perdido - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 72 / 286

Era seco de silhueta, mas fortemente constituído: havia, na realidade, exibido frequentemente a prova de que poucos homens na Inglaterra possuíam a sua resistência. A altura ultrapassava o metro e oitenta, mas os ombros, curiosamente arredondados, tornavam-na mais baixa. Tal era o aspecto físico do famoso Lorde John Roxton, que puxava com força o fumo do charuto enquanto me observava num silêncio tão prolongado como embaraçador.

- Bom! - disse, por fim.- Os dados estão lançados, não é verdade, jovem bebé?... Sim, nós os dois demos o salto. Suponho que, antes de entrar naquela sala, não fazia a menor ideia, hem?

- Nenhuma mesmo!

- Eu também não. Nenhuma mesmo. E eis-nos, todavia, enterrados até ao pescoço neste caso... Eu ainda não há três semanas que regressei do Uganda; procuro um cantinho da Escócia, assino o arrendamento, e pronto... Isto anda depressa, hem! E a SI, o que é que o atraiu?

- Ora bem, estava mesmo na linha do meu trabalho. Sou Jornalista na Gazette.

- Sim. Disse isso na sala. Olhe, tenho uma coisinha para si se quiser ajudar-me.

- Com prazer.

- Um risco para si não tem importância, hem?

- De que risco se trata?

- De Ballinger. É ele o risco. Já ouviu falar?

-Não.

- Essa agora, bebé, onde tem vivido? Sir John Ballinger é o campeão dos cavalheiros-jóqueis do norte. Na minha melhor forma posso fazer-lhe frente nas corridas planas, mas nos obstáculos ele é imbatível. Dito isto, toda a gente sabe que, quando não se treina, bebe que se farta: chama a isso estabelecer uma média... Na terça-feira teve uma crise de delírio; depois tornou-se louco furioso. Habita o quarto que fica por cima do meu.





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