O Mundo Perdido - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 94 / 286

Durante três dias subimos para noroeste um rio que a 1600 quilómetros da sua embocadura ainda era tão enorme que, do meio, as margens apenas surgiam como simples sombras no horizonte longínquo. No quarto dia após a partida de Manaus, seguimos por um afluente que, ao princípio, não pareceu menos imponente do que o Amazonas. Todavia, em breve se estreitou e, ao cabo de dois outros dias de navegação, alcançámos uma aldeia índia. O Professor insistiu para que desembarcássemos e que enviássemos o Esmeralda de volta a Manaus. Explicou que íamos chegar a rápidos que tornariam impossível a sua utilização. Acrescentou que nos estávamos a aproximar da região desconhecida e que quantos menos homens metêssemos na nossa confidência melhor seria. Fez-nos jurar a todos pela honra que não publicaríamos nem diríamos nada que pudesse ajudar a determinar os locais que íamos visitar; também os criados tiveram de prestar juramento. Eis o motivo por que serei obrigado a permanecer mais ou menos no vago. Advirto, por conseguinte, os meus leitores de que, nos mapas ou planos que eu pudesse juntar a esta narrativa, as distâncias entre os pontos indicados seriam exactas mas os pontos cardeais teriam sido cuidadosamente disfarçados, de tal forma que nada permitisse, fosse a quem fosse, orientar-se para a região do desconhecido. Quer os motivos do Professor Challenger fossem ou não válidos, a única coisa que podíamos fazer era inclinarmo-nos porque ele preferia abandonar de todo a expedição a modificar as condições nas quais tinha decidido que ela seria realizada.




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