Sinopse:A contradição aparente entre a existência de um Deus infinitamente bom, de quem logicamente era de esperar a criação de um mundo bom e feliz, e a chocante verificação quotidiana do mal físico, com o seu cortejo de sofrimentos e catástrofes, e do mal moral nas suas diversas concretizações (ódio, injustiça, opressão do homem pelo homem), constitui um enigma que filósofos e teólogos têm, desde tempos remotos, tentado explicar.
Rejeitando as antigas teorias dualistas que defendiam a coexistência eterna de dois princípios supremos, absolutos e antagónicos (O princípio do Bem e o princípio do Mal), digladiando-se entre si no tablado da história, a teologia cristã soluciona o problema com a doutrina do pecado original segundo o qual na origem dos desequilíbrios que afetam a criação, está o mau uso do livre-arbítrio humano.
Nesta obra, Voltaire quer fazer-nos reconhecer que, pelo menos ao nível do homem, a existência é absurda e que é inútil tentar justificá-la. Deste ponto de vista, a sua atitude é extremamente moderna. O erro de Pangloss está em pretender introduzir artificialmente uma causalidade na sucessão de acontecimentos cuja lógica escapa às investigações do espírito humano.