- Mas a mão tremente,
Encarquilhada e seca já sobre eles
Ia estendendo a pálida indigência;
E a fome... a fome alfim. - Clamor pequeno
Que de minhas endechas ténue soa,
Se junte aos brados das canções eternas
Com que o teu nome, generoso António,
Já pelo mundo engrandecido ecoa.
Vêde-o, vai pelas sombras caridosas
Da noite, de vergonhas coitadora,
De porta em porta tímido esmolando
Os chorados ceitis com que o mesquinho,
Escasso pão comprar. Dai, Portugueses,
Dai esmola a Camões. Eternas fiquem
Estas do estranho bardo memorandas,
Injuriosas palavras, para sempre
Em castigo e escarmento conservadas
Nos fastos das vergonhas portuguesas.
XV
Não pode mais o coração coa vida;
E lenta a morte co enfezado sangue
Caminho vem do peito. O espaço mede
Que lhe resta na arena da existência;
Perto a barreira viu.