Aonde quer que irrompa! é belo e augusto,
Quer se equilibre em paz no mudo hino
Dos astros imortais, quer no robusto
Seio do mar tumultuando brade,
Com um furor que se domina a custo;
Quer durma na fatal obscuridade
Da massa inerte, quer na mente humana
Sereno ascenda à luz da liberdade…
É sempre a eterna vida, que dimana
Do centro universal, do foco intenso,
Que ora brilha sem véus, ora se empana…
E sempre o eterno gérmen, que suspenso
No oceano do Ser, em turbilhões
De ardor e luz, evolve, ínfimo e imenso!
Através de mil formas, mil visões,
O universal espírito palpita
Subindo na espiral das criações!
Ó formas! vidas! misteriosa escrita
Do poema indecifrável que na Terra
Faz de sombras e luz