Como se fosse carne aos ossos, restos
Da mortalha de púrpura d’outrora…
Mas os vermes roeram-lhe a mortalha
E bem se vê a ossada nua…
II
Anseiam
Por encobrir essa nudez aos olhos,
Ou por cegar então os olhos todos!
Porque se, um dia, os pés dessas estátuas
Se virem ser de barro e não de bronze;
Se se vir que os Jardins de Babilónia
Estão suspensos por uns débeis fios,
E não assentes sobre pedra e abóbada;
Se se vir que as colunas desse templo
Não são mármore rijo, mas formadas
De uns troncos velhos meios podres, e o Ídolo
Se conhecer que já não faz milagres…
Em verdade, em verdade, que há-de ouvir-se,
Sobre a face da terra, ao Sul e ao Norte,
Erguer-se, como o vento das tormentas,
E voar, como relâmpago nas ondas,