Odes Modernas - Cap. 17: CAPÍTULO VII - AOS MISERÁVEIS Pág. 95 / 143

Porque esse sopro que o incêndio atiça,

E essa mão e esse braço… é a Justiça!

A Justiça flameja como a espada

Do arcanjo invisível - resplandece

Como a chama dos fogos ateada,

Que, ao longe, nas montanhas aparece.

Vela à porta dos grandes assentada:

À ruína dos maus é que ela desce:

E tem por trono e sólio soberanos

As ossadas comidas dos tiranos!

Ninguém a vê chegar… mas, de repente,

Aparece - e mudou a face às cousas!

Encheu de prantos quem dormiu contente;

Dos felizes sentou-se sobre as lousas;

Do olhar do forte fez olhar tremente;

E a ti, ó miserável, que nem ousas

Do chão teus tristes olhos levantar,

Foi quem ela tomou para beijar!

Não são consolações que dê o acaso,

São leis misteriosas e divinas…

A providência





Os capítulos deste livro