Porque esse sopro que o incêndio atiça,
E essa mão e esse braço… é a Justiça!
A Justiça flameja como a espada
Do arcanjo invisível - resplandece
Como a chama dos fogos ateada,
Que, ao longe, nas montanhas aparece.
Vela à porta dos grandes assentada:
À ruína dos maus é que ela desce:
E tem por trono e sólio soberanos
As ossadas comidas dos tiranos!
Ninguém a vê chegar… mas, de repente,
Aparece - e mudou a face às cousas!
Encheu de prantos quem dormiu contente;
Dos felizes sentou-se sobre as lousas;
Do olhar do forte fez olhar tremente;
E a ti, ó miserável, que nem ousas
Do chão teus tristes olhos levantar,
Foi quem ela tomou para beijar!
Não são consolações que dê o acaso,
São leis misteriosas e divinas…
A providência