- Então tu também vieste do céu? De que planeta és tu? Entrevendo uma pequena luz que talvez pudesse ajudar a esclarecer o mistério da sua presença, perguntei-lhe de chofre:
- Quer dizer que vieste de outro planeta?
Mas ele não me respondeu. Olhava para o avião e abanava a cabeça de mansinho:
- Também é verdade que montado naquilo não podes ter vindo de muito longe...
E ficou calado durante muito tempo, com um ar sonhador. Depois, tirou a minha ovelha do bolso e mergulhou na contemplação do seu tesouro.
Imaginam com certeza como eu fiquei intrigado com aquela inconfidência sobre "os outros planetas". Claro que tentei saber mais coisas:
- Donde é que vieste, meu rico rapazinho? Onde é esse "teu sítio"? Para onde queres tu levar a minha ovelha?
Ficou calado, a pensar, e respondeu:
- O que vale é que assim, com a caixa que tu me deste, ela já tem uma casa para passar a noite.
- Claro. E se tu te portares bem, também te dou uma corda para a teres amarrada durante o dia. E uma estaca.
O principezinho pareceu escandalizado com a ideia.
- Amarrá-la? Mas para quê?
- É que se não a amarrares, ela foge e pode-se perder...
O meu amigo deu outra gargalhada: