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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 101

Detive-me alguns instantes para carregar a escopeta e depois, avançando um pouco, pude ver facilmente os meus ladrõezinhos emboscados entre as árvores dos arredores, como se aguardassem a minha partida. O que se seguiu convenceu-me de que havia adivinhado os seus projectos; assim, tendo dado alguns passos com a intenção de me afastar, logo que desapareci, saíram de repente das árvores e foram pousar-se uns atrás dos outros no terreno semeado. Eu estava de tal maneira irritado que não esperei que descessem todos, pois me parecia que por cada grão que picavam me tiravam um pão inteiro; adiantei-me e, pondo-me muito perto da paliçada, fiz fogo pela segunda vez, e matei três deles. Satisfeito com tal resultado, apressei-me a apanhá-los; e para que o castigo fosse exemplar, tratei-os como se faz na Inglaterra com os salteadores: são deixados amarrados junto do cadafalso depois da execução, com o objectivo de inspirar terror aos outros. É impossível imaginar o efeito que tal medida produziu: os pássaros não só não voltaram ao meu campo como, além disso, abandonaram aquela parte da ilha, e nunca mais vi nenhum nos arredores, em todo o tempo que os mortos ficaram a fazer de espantalhos.

Senti uma alegria indescritível com tão bom resultado, e fiz a colheita em fins de Dezembro, que naquele clima é a época indicada.

Antes de iniciar a operação não sabia com que instrumento substituir a foice. Resolvi fabricar uma o melhor que pudesse com um dos sabres que encontrara entre às armas do nosso buque; mas a colheita era tão pequena que a apanhei com a maior das facilidades. E fi-lo por forma a que, arrancando apenas as espigas, as ia colocando num grande cesto para as descascar em seguida com as mãos. Concluída a colheita, achei que o meio celamim de arroz que havia semeado me produzira cerca de duas fangas, e de duas e meia o de cevada aproximadamente, pois não podia comprová-lo com certeza por não dispor de medida.

Aquele resultado animou-me sobremaneira, porque reconheci que a Providência se dignava assegurar-me a subsistência para o porvir.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 101

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236