Também me aperfeiçoei no ofício de cesteiro, e fiz uma porção de cestos que me eram precisos: não saíam certamente muito elegantes, mas eram muito cómodos para o transporte das minhas provisões. Por exemplo, se matava alguma lama nas minhas andanças, pendurava-a numa árvore, esfolava-a e cortava-a em pedaços, que transportava num cesto para casa; a mesma coisa fazia com as tartarugas: abria-as, tirava os ovos e um ou dois bocados de carne, o que considerava bastante, e carregava com tudo num cesto, abandonando o resto. As cestas maiores serviam-me também para conservar as colheitas, que tivera o cuidado de descascar assim que secavam.
Comecei a notar agora que a minha pólvora diminuía consideravelmente, e como era uma perda impossível de substituir, pensei muito a sério no que faria quando acabasse de todo, isto é, como poderia matar as lamas. Como já disse, havia recolhido uma pequenita no terceiro ano de estada na ilha, e tinha-a domesticado com a esperança de apanhar um macho, mas não o consegui, e a minha lama começou a ficar muito velha; como nunca tive coragem para a matar, acabou por morrer de velhice.
Encontrava-me então no décimo primeiro ano de estada na ilha, e as munições, conforme disse, começavam a esgotar-se. Puxei, pois, pela cabeça para fazer laços com os quais pudesse caçar lamas vivas.