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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 124
Fiz também grandes progressos na olaria; fabriquei as vasilhas com uma roda, que tornava o trabalho melhor e mais fácil, pois podia dar-lhes uma forma redonda e vistosa, em vez do desagradável aspecto anterior. Mas nunca acreditei tanto na minha destreza, nem senti alegria mais viva, um orgulho maior, do que ao ver-me capaz de construir um cachimbo. E embora fosse muito ordinário e da mesma cor vermelha que as minhas outras obras de barro, era sólido, apesar de tudo, e o fumo circulava por ele perfeitamente; e foi para mim um prazer enorme, porque sempre tivera o hábito de fumar. A bordo do nosso buque havia certamente cachimbos, mas nem pensei em tirá-los, julgando que na ilha não houvesse tabaco e, mais tarde, esquadrinhando o buque, já não encontrei nenhum.

Também me aperfeiçoei no ofício de cesteiro, e fiz uma porção de cestos que me eram precisos: não saíam certamente muito elegantes, mas eram muito cómodos para o transporte das minhas provisões. Por exemplo, se matava alguma lama nas minhas andanças, pendurava-a numa árvore, esfolava-a e cortava-a em pedaços, que transportava num cesto para casa; a mesma coisa fazia com as tartarugas: abria-as, tirava os ovos e um ou dois bocados de carne, o que considerava bastante, e carregava com tudo num cesto, abandonando o resto. As cestas maiores serviam-me também para conservar as colheitas, que tivera o cuidado de descascar assim que secavam.

Comecei a notar agora que a minha pólvora diminuía consideravelmente, e como era uma perda impossível de substituir, pensei muito a sério no que faria quando acabasse de todo, isto é, como poderia matar as lamas. Como já disse, havia recolhido uma pequenita no terceiro ano de estada na ilha, e tinha-a domesticado com a esperança de apanhar um macho, mas não o consegui, e a minha lama começou a ficar muito velha; como nunca tive coragem para a matar, acabou por morrer de velhice.

Encontrava-me então no décimo primeiro ano de estada na ilha, e as munições, conforme disse, começavam a esgotar-se. Puxei, pois, pela cabeça para fazer laços com os quais pudesse caçar lamas vivas.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
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Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236