Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 8: Capítulo 8

Página 129

Levava, além disso, um cinturão de pele lisa, que se atava com dois cordões de coiro em vez de fivelas; à laia de espada ou de punhal, usava um machado pendurado num dos lados e, no outro, uma serra. Tinha também um tiracolo, que me cruzava os ombros e segurava debaixo do meu braço esquerdo duas bolsas igualmente de pele de lama, onde metia as munições. Às costas transportava uma cesta, ao ombro uma escopeta e na cabeça o disforme guarda-sol de pele de macho, quase o objecto mais indispensável, depois da escopeta. Quanto à minha cara não estava tão escura como poderia julgar-se de um homem que tão pouco se resguardava da intempérie e que vivia a nove ou dez graus do equador. Ao princípio tinha deixado crescer a barba até cerca de vinte centímetros mas como depois arranjei navalhas e tesouras, cortei-a muito, só deixando o bigode, ao qual me entretinha a dar a forma dos que os maometanos usam, tal como vira em alguns turcos. Não direi que os meus bigodes fossem suficientemente compridos para neles pendurar o meu gorro, mas posso garantir que, pelo seu tamanho e espessura, teriam parecido espantosos em Inglaterra. Contudo, diga-se de passagem, ocupava-me muito pouco com a minha figura que para mim não passava de uma coisa insignificante; por conseguinte, não mais voltarei a falar dela.

Voltemos, pois, ao relato da minha viagem, na qual gastei cinco ou seis dias. Comecei por caminhar ao longo da ribeira, dirigindo-me para o sítio em que pela primeira vez tinha ancorado a canoa antes de trepar a colina. Não tendo mais nenhuma canoa para pôr em segurança, fui pelo caminho mais directo para a eminência de onde havia feito as minhas observações. Quando descobri o mar perto da ponta que me vira forçado a dobrar com a canoa, fiquei admirado por ver agora a água repousada e tranquila; nenhuma agitação, nenhum movimento, nenhuma corrente se via então ali.

Não podia compreender aquela estranha mudança, e resolvi observar o mar durante algum tempo, a fim de ver se aquilo era motivado pelo movimento da maré.

<< Página Anterior

pág. 129 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 129

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236