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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 130
Não demorei a certificar-me que a baixa-mar, partindo do oeste e juntando-se ao curso de algum rio, produzia a corrente e, por conseguinte, que, segundo os ventos do oeste e do norte fossem mais ou menos violentos, a corrente se aproximava ou se afastava da margem.

Mantive-me em observação até à tarde; depois, quando a maré baixa chegou, a corrente reapareceu tal como a vira na primeira vez, com a única diferença de que se afastava da costa mais de légua e meia, estando, pelo contrário, muito próxima quando me arrastou, o que não teria podido fazer naquele momento.

Das minhas observações extraí a consequência de que, anotando o tempo da preia-mar e da baixa-mar, me seria muito fácil dirigir a canoa para perto de minha casa. Mas quando pensei executar o dito projecto, a lembrança dos perigos passados inspirou-me tanto medo que não me atrevi a desafiá-los de novo. Preferi tomar outra resolução mais segura, embora mais trabalhosa, que foi a de construir outra piroga ou canoa', e ficar assim com uma para cada lado da ilha.

O leitor já sabe que eu possuía na ilha duas habitações, se me é lícito exprimir assim: uma era a minha pequena fortaleza, isto é, a minha tenda, rodeada de paliçadas, com a gruta escavada na rocha e dividida em muitos compartimentos, comunicando uns com os outros. O mais seco e maior, que tinha uma saída fora da estacada isto é onde esta tocava na rocha, achava-se cheio com grandes dornas de barro, das quais já falei, e com catorze ou quinze largas canastras, cada uma das quais continha cinco ou seis fangas. Estas canastras encerravam as minhas provisões, e particularmente os meus grãos: uns ainda com espigas, mas separados da palha; os outros, já descascados.

Quanto à minha fortaleza, os pés ou estacas tinham chegado a ser grandes árvores, e tão frondosas que era impossível conhecer que atrás delas houvesse uma habitação.

Muito perto dali, num ponto menos elevado, situavam-se os meus dois campos de grão, sempre cuidadosamente cultivados, os quais me davam todos os anos uma colheita regular. Se tivesse tido necessidade de maior quantidade de grão, poderia aumentá-la sem trabalho.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 130

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236