Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: Capítulo 11

Página 218

Enquanto assim preparávamos os nossos projectos, havíamos com todas as nossas forças transportado a chalupa mais para o interior da ilha, com o intuito de que a maré não a levasse; além disso, tínhamos feito no seu fundo um buraco suficientemente grande para não poder ser reparado com facilidade; achando-nos sentados na praia, pensando na resolução a tomar, ouvimos um tiro de canhão disparado do buque, e vimos ao mesmo tempo que faziam com o seu pavilhão o sinal do costume para chamar a chalupa para bordo. Mas a chalupa não se mexeu, e a gente do buque continuou a fazer disparos e a repetir os sinais.

Finalmente, quando viram que os sinais e os tiros de canhão eram inúteis e que a embarcação não aparecia, avistámos com o meu óculo de alcance que lançavam ao mar outra chalupa e que se dirigiam a remar para a praia; quando se acercou notámos que vinham nada menos de dez homens, providos de armas de fogo.

Como o buque se encontrava a quase duas léguas da margem, tivemos tempo de vê-los chegar e examinar os seus semblantes, porque tendo sido arrastados pela maré um pouco para leste da chalupa, costearam a praia para chegar até onde os outros tinham abordado.

O comandante conhecia a fundo, tanto física como moralmente, todos os tripulantes da chalupa. Três deles, dizia, eram rapazes muito honrados, que só a violência ou o medo tinham podido arrastar à cumplicidade com a conspiração; mas que, quanto ao segundo-contramestre, que parecia comandá-los, e a todos os outros, eram os maiores malvados de toda a tripulação, e não deixariam de levar a cabo com uma obstinação desesperada a sua empresa, temendo vivamente que fossem mais fortes que nós.

Repliquei-lhe, sorrindo, que as pessoas que se encontravam numa situação como a nossa deviam sobrepor-se ao medo e que, sendo quase todas as situações preferíveis à nossa, devíamos esperar que as consequências, quer fossem a vida ou a morte, equivaleriam à liberdade.

<< Página Anterior

pág. 218 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 218

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236