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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 233

O fato, como pode imaginar-se, era uma prenda magnífica e agradável na minha situação; mesmo assim, ao princípio nada me pareceu mais incómodo, estranho e descabido do que usá-lo.

Concluídas estas cerimónias e transportadas as prendas para o meu pequeno armazém, deliberámos sobre o que devíamos fazer com os nossos prisioneiros. A coisa merecia consideração atenta, pois tratava-se de decidir se deveríamos arriscar-nos a levá-los connosco, sobretudo a dois deles que o comandante assinalara como revoltos os incorrigíveis. Dizia que eram uns malandrins; que não poderiam ter qualquer utilidade; que, se os levasse, só carregados de grilhetas, como dois malfeitores, para os entregar aos tribunais da primeira colónia inglesa onde parássemos; e mesmo este último partido parecia causar-lhe bastante inquietação.

Sobre isto, disse-lhe que, se o desejasse, eu mesmo obrigaria aqueles dois homens a dizerem-me se queriam permanecer na ilha.

- Consentirei em tal com toda a minha alma - respondeu.

- Muito bem - disse -, vou mandá-los buscar, e falar-lhes da sua parte.

Mandei Sexta-Feira e os dois que tinham ficado como reféns, e que agora se achavam completamente livres, pois os seus camaradas tinham cumprido a promessa feita; mandei-os, repito, buscar à gruta os cinco prisioneiros amarrados para os levarem à casa de campo e guardarem-nos até à minha chegada.

Passado um bocado, voltei a reunir-me com o comandante, vestido com o meu novo trajo, tendo assumido outra vez o título de governador. Quando estivemos todos reunidos, e com o comandante a meu lado, fiz conduzir os prisioneiros à minha presença e disse-lhes que conhecia toda a infâmia da sua conduta para com o seu comandante, e como tencionavam fugir com o buque para cometerem mil piratarias se a Providência não tivesse permitido serem apanhados nos próprios laços que haviam armado a outros.

Dei-lhes a conhecer que, graças à minha intervenção, o buque fora recuperado, que estava já na enseada, e que em breve iriam ver o novo comandante pendurado no mastro grande, como merecia pela sua traição.

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Capa do livro Robinson Crusoe
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Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236