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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 42

O único recurso que à minha imaginação se ofereceu foi subir a uma árvore muito frondosa parecida com os abetos, mas com espinhos, que se elevava perto de mim. Resolvi passar ali a noite, esperando encontrar no outro dia a morte, que considerava inevitável. Afastei-me coisa de um quarto de légua da margem para ver se descobria água doce, e encontrei-a, com grande alegria; depois de beber masquei um pouco de tabaco para entreter a fome; dirigi-me para a árvore, e coloquei-me de maneira que não caísse se chegasse a adormecer. Cortei um pau curto, como um cacete, para minha defesa, e instalei-me naquele leito. Como estava extremamente cansado, apoderou-se de mim um sono tão tranquilo e profundo que poucas pessoas em iguais circunstâncias desfrutaram de outro mais delicioso. E senti-me tão reconfortado como não creio ter estado alguma vez.

Quando acordei era já dia aberto; o tempo estava sereno e a tempestade tinha-se dissipado, não se achando por isso o mar tão violento como antes. Mas o que mais me surpreendeu foi ver que o barco se desprendera durante a noite do banco de areia em que estava encalhado, devido à maré que subia, a qual o arrastou para junto da rocha na qual eu tão cruelmente me magoara na véspera. Apenas uma milha me separava da embarcação, e como parecia que ainda se conservava direita sobre a quilha, senti desejos veementes de ir a bordo para recolher o que me fosse mais necessário.

Quando desci do refúgio na árvore, olhei em meu redor outra vez e a primeira coisa que descobri foi a chalupa, que o vento e a maré tinham arrojado para a costa, a umas duas milhas à direita de onde eu me encontrava. Percorri tudo o que pude para me aproximar da chalupa, mas não me foi possível continuar para diante por ser detido por um braço de mar de cerca de meia milha que existia entre ela e eu; voltei-me um instante, mas então tive muito mais desejos de visitar o barco, onde esperava encontrar algo com que me alimentar.

Pouco depois do meio-dia o mar estava muito sossegado e a maré tão baixa que pude avançar até um quarto de milha do barco.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 42

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236