Depois pensei nas armas e nas munições. No camarote do comandante havia duas formosas escopetas de caça e duas pistolas; recolhi-as, assim como também muitos frascos cheios de pólvora, um pequeno saco com chumbo e duas velhas espadas ferrugentas. Além disso, sabia que havia a bordo três barris de pólvora mas ignorava onde o nosso artilheiro os tinha guardado; à custa de pesquisas acabei por dar com eles: um estava completamente molhado, mas os outros dois estavam secos e em muito bom estado; coloquei-os na jangada, juntamente com as armas. Agora já estava contentíssimo com o meu carregamento, mas precisava de arranjar um meio seguro para o conduzir a terra, porque não tinha vela, nem remo, nem leme, e o menor sopro de vento podia fazer afundar tudo.
Três observações que fiz deram-me coragem, apesar de tudo; a primeira é que o mar estava calmo; a segunda é que a maré subia e chegava a terra; e a terceira é que o vento, embora fraco, me dirigira para a costa. Tendo encontrado então dois ou três remos partidos ao meio, que pertenciam à chalupa e, além dos instrumentos que havia na arca, duas serras, um machado e um martelo, parti com o meu carregamento. A jangada vogou muito bem durante cerca de uma milha; descobri apenas que se afastava um pouco do sítio em que eu antes tinha tocado em terra.