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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 6
Nós os marinheiros não fazemos caso dessas pequenas borrascas se tivermos um bom barco e nos achamos no mar alto. Amigo, vejo que não passas de um marinheiro de água doce. Vem, preparemos um ponche, e não liguemos ao mar. Olha como o tempo está formoso!

Enfim, para abreviar este triste episódio da minha história, recorremos aos usos de todos os marinheiros: preparou-se o rum, embriaguei-me, e naquela noite de orgia quebrei todos os juramentos, olvidei todas as reflexões acerca da minha conduta passada e todas as resoluções para o porvir. É verdade que tinha alguns intervalos de reflexão, nos quais uma vez por outra os bons sentimentos, que ainda não havia perdido de todo, me recordavam os meus deveres; logo, porém, os atirava para longe de mim e procurava furtar-me a eles como a uma enfermidade. Esforçando-me por beber, e andando sempre acompanhado, em breve consegui dominar o meu frenesi, como lhe chamava, de forma que no espaço de cinco ou seis dias obtive sobre o meu espírito uma vitória completa, como poderia ansiar qualquer jovem que desejasse sufocar os seus remorsos. Mas ainda me faltava suportar uma prova, pois a Providência, como faz geralmente em tais casos, tinha resolvido deixar-me inteiramente sem desculpas. Não tendo querido reconhecê-la como salvação, o que se seguiu foi de tal ordem que mesmo o pior e o mais endurecido miserável de todos nós tinha que reconhecer o perigo e implorar misericórdia.

No sexto dia de navegação fundeámos na enseada de Yarmouth. Como o vento havia sido contrário e fraco, muito pouco avançámos depois da tempestade. Vimo-nos na necessidade de lançar a âncora no dito local, e, continuando a brisa contrária, quer dizer, do sudoeste, deteve-nos sete ou oito dias, durante os quais muitas embarcações de Newcastle foram procurar abrigo na mesma enseada, por ser o porto comum onde os barcos podem aguardar um vento favorável para entrar no Tamisa.

Contudo, não teríamos demorado tanto a entrar na embocadura do rio se o vento não houvesse sido tão forte e se no quarto ou quinto dia não chegasse já a tornar-se violento.

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pág. 6 (Capítulo 1)

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 6

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236