Robinson Crusoe - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 68 / 241

11 de Dezembro. - Meti mãos à obra, com isso em vista, e coloquei duas escoras a segurar o tecto, juntando-lhes duas tábuas cruzadas sobre cada uma delas. Esta obra ficou pronta no dia seguinte; mesmo assim, porém, continuei durante cerca de uma semana a meter mais escoras parecidas com as primeiras, que consolidaram perfeitamente a gruta, formando essas escoras várias fileiras, que me serviram para dividir a minha casa em diversos compartimentos.

17 de Dezembro. - A partir deste dia e até ao dia 20 ocupei-me a colocar prateleiras e pregos nos pilares, para pendurar os utensílios que fossem necessários. Então começou a restabelecer-se a ordem na habitação.

20 de Dezembro. - Transportei os móveis para a gruta; pus-me a enfeitar a casa e a fazer com dois bocados de madeira uma espécie de mesa de cozinha para preparar a comida. As tábuas começaram a faltar-me; mesmo assim ainda construí outra mesa.

24 de Dezembro. - Choveu durante todo o dia e toda noite, motivo por que não saí de casa.

25 de Dezembro. - Continuou a chuva durante todo dia.

26 de Dezembro. - Neste dia não choveu; a terra refrescou e era muito agradável.

27 de Dezembro. - Matei uma lama e feri outra, que acabei por apanhar. Levei-a para casa, fiz-lhe uma tala e liguei-lhe a pata partida.

Nota. - Tratei-a tão bem que chegou a curar-se perfeitamente, nem se distinguindo a pata partida das outras, podendo o animal andar e correr tal como antes. Decorrido bastante tempo, domesticou-se e passeava pela relva em frente da porta do meu cercado, sem pensar em fugir. Isto fez nascer dentro de mim a primeira ideia de criar animais e domesticá-los, a fim de ter com que me alimentar quando tivesse consumido as provisões.

28, 29, 30 e 31 de Dezembro. - Grande calor e nenhum vento. Apenas ao cair da noite conseguia sair a fim de ir buscar qualquer coisa para comer; gastava tempo a arrumar tudo no interior da casa.





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