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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 99
Tudo isto levava quase o dia todo porque o calor era tão forte a meio dele que impossibilitava em absoluto fazer o mínimo exercício; passava então o dia a trabalhar unicamente até às quatro da tarde. Algumas vezes alterava as minhas horas de caça e de trabalho, ocupando-me pela manhã dentro de casa, e saindo pela tarde com a escopeta.

A este pouco tempo empregado no trabalho há que acrescentar a sua extrema dificuldade ao longo da sua execução, a qual resultava em primeiro lugar da minha incapacidade e, em segundo,• da falta de utensílios; por exemplo, gastava quarenta e dois dias a cortar uma prancha ou tábua comprida para a minha gruta, enquanto dois serradores, em meio dia, com os seus utensílios e ferramentas necessárias, teriam tirado de uma só árvore seis tábuas iguais.

Arranjava-me da maneira seguinte: se a tábua tinha de ser larga, escolhia uma árvore grossa; precisava de três dias para a cortar e de outros dois para a limpar; à força de golpes e machadadas desbastava-a por ambos os lados, a fim de que a árvore ficasse mais leve para a poder mover; a seguir voltava-a e fazia-a de um lado tão lisa e plana como uma tábua; depois, pondo-a ao contrário, aplanava o outro até chegar a reduzir a prancha a cerca de três polegadas de espessura e lisa em ambos os lados. Avalie-se como seriam penosas todas estas coisas para mim; mas com trabalho e paciência consegui fazer isto e muito mais. Apenas citei o presente exemplo para explicar como com tão poucos resultados gastava tanto tempo, ou seja, que uma obra que com o auxílio de ferramentas não passa de uma bagatela, feita apenas com as mãos chega a ser um trabalho demorado e pesado. Mas a perseverança e a laboriosidade levaram-me a triunfar de todas as dificuldades, e cheguei a fazer tudo o que me era indispensável, como se verá pelo que se segue.

Encontrava-me já nos meses de Novembro e Dezembro, aguardando a colheita da cevada e do arroz. O terreno que tinha lavrado era pequeno, porque, como disse, semeei tudo mais meio celamim de cada semente, e perdi uma colheita por ter plantado durante a estação seca.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
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Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236