a como o assinala, deve renunciar-se a procurar seu igual:
«A alma que possui mais longa escada e que mais pode descer,
- a alma mais ilimitada, que pode mais completamente perder-se nela própria,
- a que é mais filha da Necessidade e que com prazer se entrega ao Destino,
- a alma que é um dever e que portanto mais completamente se entrega ao dever, a que possuída profundamente de forte querer e desejo, quer neles entrar mais fundamente,
- aquela que foge a si própria e que regressa a si própria percorrendo o mais vasto ciclo,
- a alma entre todas mais sábia e que a loucura suavemente chama.
- aquela que mais se ama a si própria, na qual todas as coisas têm seu ascender e declinar, seu fluxo e seu refluxo... »
Esta é, certamente, a própria visão de Diónisos.
E ao mesmo leva igualmente outra consideração. O problema psicológico correspondente ao tipo de Zaratustra formula-se da maneira seguinte: como aquele que nega no grau mais alto, e que actua por negação perante tudo quanto até agora se afirmou, pode subsistir, e por isso mesmo, na própria negação; como o que tendo examinado quanto há de mais grave na Fatalidade e nos enigmas da vida, pode permanecer apesar disso ágil e afirmativo - Zaratustra é um bailarino – como o que tem a mais implacável e mais profunda visão da realidade, e alcançou as «ideias mais fundas», não acha, entretanto, objecção contra a existência, nem sequer contra o eterno retorno - e, mais do que isso, encontra fundamento para ser ele próprio o eterno sim para todas as coisas, para «ser o sim e o ámen de modo ilimitado e inquebrantável»... «A todos os abismos levo a minha afirmação que tudo abençoa»... Mas isto é, digo-o outra vez, a própria visão de Diónisos.
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De que forma de expressão usará um tal espírito quando fala a sós consigo? A expressão ditirâmbica.