Depressa, antes que os botequins fechem! Haro! la qorqe m'ard! Os seus pensamentos moviam-se liricamente, mais uma vez. Sentiu um vulto duro arredondado debaixo do braço e descobriu que era a garrafa de Chiemi, cuja rolha se apressou a extrair. Ravelston fazia sinal a um motorista de táxi sem conseguir ser notado. Ouviu um grito abafado emitido por uma das prostitutas atrás dele e, voltando-se, viu, horrorizado que Gordon aproximara o gargalo da boca e bebia.
- Gordon! - vociferou. Correu para ele e baixou-lhe o braço. Uma gota de vinho deslizou pelo queixo e desapareceu debaixo do colarinho da camisa. - Tenha cuidado, homem! Quer que a Polícia o detenha?
- Apetece-me beber.
- Mas não o pode fazer aqui, em público!
- Então, leve-me a um botequim.
Ravelston fez deslizar o nó do indicador pelo nariz, num tique de impaciência.
- Bem, é preferível a beber em plena rua. Vamos lá a um botequim, para a apetecida bebida.
Gordon voltou a rolhar a garrafa cuidadosamente, enquanto o outro o conduzia através de Piccadilly Circus, e segurou-se-lhe ao braço, mas não para apoio, porque ainda sentia as pernas firmes. Detiveram-se na ilha e depois lograram encontrar uma solução de continuidade no tráfego para enveredarem por Haymarket.
No botequim, a atmosfera parecia húmida de cerveja. Era uma neblina geral encervejada mesclada com umas pitadas de uísque. Ao longo do balcão, havia uma fiada de homens que ingeriam com avidez Faustiana as derradeiras bebidas antes que soassem as badaladas das onze horas. Gordon introduziu-se facilmente entre eles. Não estava com disposição para se importar com alguns empurrões e cotoveladas. Assim, em poucos instantes, instalou-se entre um viajante comercial particularmente nutrido que bebia Guinness e um indivíduo alto, de bigode hirsuto com ares de major aposentado, cujo material de conversa dir-se-ia resumir-se a «Não me diga!» e "Como é isso?». Gordon largou meia coroa em cima do balcão encharcado de cerveja e pediu:
- Uma cerveja de meio litro, por favor!