Sangue Azul - Cap. 21: 9 Pág. 226 / 287

Parecia-me anunciar um tipo de homem diferente.

- Eu sei tudo, eu sei tudo - declarou Mrs. Smith. - Ele tinha sido apresentado a Sir Walter e à sua irmã antes de eu o conhecer, mas ouvia-o falar constantemente deles. Sei que foi convidado e encorajado, e sei que resolveu não aceitar. Talvez possa esclarecê-la sobre questões que serão uma grande surpresa para si. E quanto ao casamento dele, soube tudo a esse respeito, na altura. Estava ao corrente de todos os prós e contras, era a amiga a quem ele confiava as suas esperanças e os seus planos, e embora não tenha conhecido a sua mulher anteriormente (a sua situação inferior na sociedade tornava realmente isso impossível), conheci-a depois durante toda a sua vida, ou pelo menos até aos últimos dois anos da sua vida, e posso responder a quaisquer perguntas que queira fazer.

- Não - disse Anne -, não tenho nenhuma pergunta especial a fazer a respeito dela. Soube sempre que não foram um casal feliz. Mas gostaria de saber por que motivo, nesse período da sua vida, ele desprezou a convivência de meu pai da maneira que fez. Meu pai estava, sem dúvida, muito disposto a prestar-lhe toda a atenção amável e adequada. Porque recuou Mr. Elliot?

- Mr. Elliot - respondeu Mrs. Smith -, nesse período da sua vida, tinha um objectivo em vista: fazer fortuna, e por um processo muito mais rápido do que o das leis. Estava decidido a fazê-la pelo casamento. Estava decidido, pelo menos, a não a prejudicar com um casamento imprudente. E eu sei que era sua convicção (se justa ou injustamente claro que não posso saber) que o seu pai e a sua irmã, com as suas gentilezas e convites, pretendiam preparar um casamento entre o herdeiro e a jovem senhora - e era impossível que tal união pudesse satisfazer as suas ideias de riqueza e independência.





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