Sangue Azul - Cap. 23: 11 Pág. 271 / 287

- Faz muito bem, minha querida - concordou Mrs. Musgrove -, vá já para casa e cuide de si, para poder estar boa logo à noite. Gostaria que a Sarah estivesse aqui para a tratar, mas eu não sou médica. Charles, pede que chamem uma liteira. Ela não deve ir a pé.

Mas a liteira não resolveria nada. Seria pior a emenda! Perder a possibilidade de dizer duas palavras ao capitão Wentworth no decorrer da sua caminhada lenta e solitária pela cidade (e ela tinha quase a certeza de o encontrar) era uma ideia que não podia suportar. Protestou veementemente contra a ideia da liteira, e Mrs. Musgrove, que só pensava num tipo de doença, depois de se ter assegurado, com alguma ansiedade, de que não houvera nenhuma queda no caso; de que Anne, nos tempos recentes, não escorregara nem recebera uma pancada na cabeça, e de estar absolutamente convencida de não ter havido mesmo nenhuma queda, só então consentiu em separar-se de bom grado dela e confiar em encontrá-la melhor à noite.

Empenhada em não deixar escapar nenhuma precaução possível, Anne fez um esforço e disse:

- Receio, minha senhora, que possa ter havido algum mal-entendido. Por isso lhe rogo que tenha a bondade de dizer aos outros cavalheiros que esperamos ver o grupo inteiro esta noite.

Temo que não tenha ficado tudo bem claro, e desejo que garanta especialmente ao capitão Harville e ao capitão Wentworth que esperamos vê-los a ambos.

- Oh, minha querida, está perfeitamente entendido, dou-lhe a minha palavra. O capitão Harville não pensa noutra coisa senão em ir.

- Acha que sim? Mas eu receio, e ficaria com tanta pena!

Promete-me que fala no assunto, quando voltar a vê-los? Sim, porque me parece que voltará a vê-los esta manhã. Promete?

- Claro que prometo, se assim o deseja.





Os capítulos deste livro