Sangue Azul - Cap. 23: 11 Pág. 277 / 287

Wentworth permanecera no Shropshire, lamentando a cegueira do seu próprio orgulho e os erros dos seus cálculos, até se ver de súbito liberto de Louisa pela espantosa e feliz notícia do noivado dela com Benwick.

- Aqui - declarou - terminou o pior da minha situação, pois agora eu podia, pelo menos, colocar-me no caminho da felicidade, podia esforçar-me, fazer alguma coisa. Mas ter esperado tanto tempo inactivo, e esperado apenas o mal, tinha sido horrível. Decorridos os primeiros cinco minutos, disse: «Na quarta-feira estarei em Bath.» E estive. Foi imperdoável pensar que valia a pena vir? E chegar com alguma esperança? A Anne era solteira. Talvez conservasse alguns sentimentos do passado, como eu conservava. E uma coisa me encorajava. Jamais poderia duvidar que fosse amada e pretendida por outros, mas tinha a certeza de que recusara pelo menos um homem com melhores aspirações do que eu, e não podia deixar de me interrogar, com frequência: «Foi por minha causa?»

O seu primeiro encontro em Milsom-street deu muito que falar, mas o concerto ainda deu mais. Essa noite parecia ter sido feita de momentos raros: o momento em que ela avançou na sala octogonal para lhe falar, o momento em que Mr. Elliot apareceu e a levou, e um ou dois momentos posteriores, assinalados quer pelo regresso da esperança, quer pelo aumento do desânimo, foram debatidos energicamente.

- Vê-la - exclamou ele - entre aqueles que não podiam desejar o meu bem, ver o seu primo junto de si, a conversar e a sorrir, e sentir todos os horríveis proveitos e conveniências