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Capítulo 24: XXIII - A Árvore

Página 138
.. Ou talvez fosse luar que corresse... Diríeis lágrimas. Pôs-se a olhar inquieto. A Árvore, mais esguia ao palor do luar, parecia transformada. Acenavam-lhe os ramos – e que voz era aquela, fina e meiga, que o chamava?... Ou seria água nascendo ou um fio de luar a correr?

Desceu três a três os degraus e ei-lo no saguão.

Vestira o luar a Árvore e sob a magia da noite a eclosão fizera-se.

Ao luar, na luz indecisa da noite, lhe pareceu a Árvore como um branco fantasma a fugir e a chamá-lo.

Baixaram-se os seus troncos para o tomar e ouvindo aquela voz amiga, desfaleceu apertado, morto, levado pelos ramos...

Pela primeira vez a Árvore de saguão deitara flor, mas que flor! que simulacro de flor e à custa de que sofrimento! Cada flor era um grito – cada flor da Árvore imensa que cobria a pedra e o Hospital. Eles dois enchiam o mundo – dum lado a Árvore, do outro o Hospital.

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pág. 138 (Capítulo 24)

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Capa do livro Os Pobres
Páginas: 158
Página atual: 138

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta-Prefácio 1
I - O enxurro 18
II - O Gebo 23
III - As mulheres 28
IV - O Gabiru 35
V - História do Gebo 42
VI - Filosofia do Gabiru! 49
VII - Primavera 52
VIII - Memórias de Luísa 59
IX - Filosofia do Gabiru 63
X - História do Gebo 67
XI - Luísa e o morto 73
XII - Filosofia do Gabiru 77
XIII - Essa rapariguinha 81
XIV - O escárnio 87
XV – Fala 94
XVI - O que é a vida? 97
XVII - História do Gebo 109
XVIII - O Gabiru treslê 114
XIX - A Mouca 118
XX - A outra primavera 121
XXI - A Morte 126
XXII - A filosofia do Gabiru 130
XXIII - A Árvore 134
XXIV - O ladrão e a filha 139
XXV - Natal dos pobres 143
XXI - Aí têm os senhores a natureza! 154