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Capítulo 12: XI - Luísa e o morto

Página 76
Que hei-de fazer? Tenho esta camisa que trago no corpo. Uma saia empenhei-a. Há dois dias que não como.

– Mata-te. Para que vieste tu ao rio?

– Para me afogar... Mas tenho um medo à água!...

Quando meti os pés no rio tão negro, fugi...

Apertou-a nas grandes mãos, mas ela nem sequer gritou. Era uma coisa já sem forças, abandonada, que chegara a compreender que seria sempre a presa do mais forte. O ladrão ria. E ela só gemeu:

– Ó minha mãezinha!...

E tombou para o lado.

O Morto palpou-a. Estava encharcada, todo o pobre corpo, ainda por criar, enregelado e transido.

– Tu que tens?

– Nada. Fome.

– Toma lá.

E o ladrão deu-lhe todo o pão que trazia.

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pág. 76 (Capítulo 12)

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Capa do livro Os Pobres
Páginas: 158
Página atual: 76

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta-Prefácio 1
I - O enxurro 18
II - O Gebo 23
III - As mulheres 28
IV - O Gabiru 35
V - História do Gebo 42
VI - Filosofia do Gabiru! 49
VII - Primavera 52
VIII - Memórias de Luísa 59
IX - Filosofia do Gabiru 63
X - História do Gebo 67
XI - Luísa e o morto 73
XII - Filosofia do Gabiru 77
XIII - Essa rapariguinha 81
XIV - O escárnio 87
XV – Fala 94
XVI - O que é a vida? 97
XVII - História do Gebo 109
XVIII - O Gabiru treslê 114
XIX - A Mouca 118
XX - A outra primavera 121
XXI - A Morte 126
XXII - A filosofia do Gabiru 130
XXIII - A Árvore 134
XXIV - O ladrão e a filha 139
XXV - Natal dos pobres 143
XXI - Aí têm os senhores a natureza! 154