As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 1: O Estrela de Prata Pág. 12 / 274

..: E creio mesmo que é ele o nosso homem. Ao mesmo tempo, reconheço que a evidência é puramente circunstancial e que qualquer novo desenvolvimento a pode transtornar.

- E quanto à faca de Straker?

- Chegámos plenamente à conclusão de que ele se feriu na queda.

- O meu amigo, Dr. Watson, fez-me essa sugestão no caminho.

Nesse caso, depõe contra o tal Simpson.

- Sem dúvida alguma. Ele não possuía faca nem qualquer sinal de ferimento. A evidência contra ele é, certamente, muito forte. Tinha grande interesse no desaparecimento do favorito. Expõe-se à suspeita de ter envenenado o rapaz do estábulo. Esteve, sem dúvida alguma, ao relento da tempestade. Estava armado de uma pesada bengala e a sua gravata foi encontrada na mão do morro. Penso que temos realmente o suficiente para comparecermos perante o júri.

Holmes meneou a cabeça.

- Um parecer inteligente reduziria tudo isso a farrapos - disse. - Por que havia ele de tirar o cavalo do estábulo? Se quisesse feri-lo, por que não o fez ali? Encontrou-se outra chave em seu poder? Que farmacêutico lhe vendeu o ópio em pó? Acima de tudo, onde podia ele, sendo estranho no distrito, esconder um cavalo, e um cavalo como aquele? Que explicação quanto ao papel que quis que a criada desse ao rapaz do estábulo?

- Diz que era uma nota de dez libras. Foi encontrada uma na sua carteira. Mas as outras dificuldades que opõe não são tão importantes como parecem. Ele não é um estranho no distrito. Durante o Verão hospedou-se duas vezes em Tavistock. O ópio foi provavelmente trazido de Londres. A chave, tendo servido ao seu propósito, foi atirada fora. O cavalo pode estar no fundo de algum fosso ou de alguma velha mina da charneca.