As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 1: O Estrela de Prata Pág. 13 / 274

- O que diz ele a respeito da gravata?

- Reconhece que é sua, mas afirma que a tinha perdido. Porém há um novo elemento introduzido no caso que pode explicar a retirada do cavalo do estábulo.

Holmes apurou os ouvidos.

- Temos vestígios que provam que um grupo de ciganos acampou na noite de segunda-feira a uma milha do local onde o assassinato se deu. Na terça-feira foram-se embora. Ora, presumindo-se que havia algum entendimento prévio entre os ciganos e ele, não lhes poderia ter entregado o cavalo quando foi surpreendido, e não o terão eles agora?

- É certamente possível.

- A charneca está a ser batida por causa desses ciganos. Eu também já revistei todo o estábulo e os arrabaldes de Tavistock numa área de dez milhas.

- Há outro estábulo muito perto, segundo fui informado.

- Sim. E é um factor que não devemos desprezar. Como Desborough, o cavalo deles, era o segundo mais bem cotado, tinham, naturalmente, interesse no desaparecimento do favorito. Sabe-se que Silas Brown, o seu treinador, fez grandes apostas, e ele não era amigo do pobre Straker. Entretanto, revistámos os estábulos e nada há que se relacione com o facto.

- E não há nada que relacione esse Simpson com os interesses dos estábulos de Mapleton?

- Nada, absolutamente.

Holmes recostou-se para trás na carruagem e cessou a conversação. Minutos depois, o nosso cocheiro dirigia-se à elegante moradia de tijolos vermelhos e platibandas projectando-se na rua. A certa distância, ao lado da paliçada, encontrava-se um edifício anexo, de tecto cinzento. Em qualquer direcção, as fundas depressões das charnecas, escurecidas pelas samambaias esvanecentes, estendiam-se pelo horizonte, quebradas apenas pelas torres de Tavistock e por um grupo de casas ao longe, na direcção do oeste, que assinalavam os estábulos de Mapleton.





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