- Não, Mrs. Straker; mas Sr. Holmes veio de Londres para nos auxiliar e faremos tudo o que nos for possível.
- Parece-me que já a vi, uma vez, em Plymouth, numa feira, Mrs. Straker, há algum tempo - disse Holmes.
- Não. O senhor está com certeza enganado.
- Por amor de Deus! Podia até jurá-lo. A senhora levava um vestido de seda cor de pomba, enfeitado com penas de avestruz.
- Nunca tive semelhante vestido - respondeu a senhora.
- Bem, então é porque me enganei - atalhou Holmes; e, apresentando desculpas, saiu com o inspector. Uma rápida caminhada pela charneca levou-nos à cova onde fora encontrado o corpo. Ao lado, havia uma moita de urzes onde a capa estivera dependurada.
- Parece-me que não houve vento naquela noite - opinou Holmes.
- Nenhum, mas uma chuva pesada.
- Nesse caso, a capa não voou contra a moita, mas foi lá colocada.
- É verdade. Estava em cima da moita.
- Estou interessadíssimo. Notei que o chão tinha sido muito pisado. Não há dúvida de que muitos pés passaram por lá desde a noite de segunda-feira.
- Foi posto aqui, de lado, um pedaço de esteira e todos nós o temos pisado.
- Excelente.
- Nesta sacola tenho uma das botas que Straker usava, um dos sapatos de Fitzroy Simpson e a ferradura perdida do Estrela de Prata.
- Meu caro inspector, o senhor excede-se.
Holmes pegou na sacola e descendo à cova colocou a esteira numa posição mais central. Depois, estendendo-se sobre o resto e apoiando o queixo nas mãos, fez um estudo cuidadoso do barro pisado à sua frente.
- Elá! - exclamou de repente. - O que é isto?
Tratava-se de um fósforo de cera meio queimado, tão revestido de barro que parecia, à primeira vista, uma lasquita de madeira.