Duas vezes o tentaram agarrar, e fracassaram; à terceira vez, como vêem, conseguiram. Há mais alguma coisa que eu possa explicar, Dr. Trevelyan?
- Creio que o senhor foi admiravelmente claro - disse o médico.
- Não há dúvida de que quando ele ficou assim tão perturbado foi no dia em que leu nos jornais a saída deles.
- Exactamente. Disse-lhe que tinha sido roubado como mera evasiva.
- Mas porque não lhe contou a verdade?
- Bem, meu caro senhor, conhecendo o carácter vingativo dos seus antigos associados, tentava ocultar a sua própria identidade de toda a gente que pudesse. O seu segredo era vergonhoso e não o podia revelar. Entretanto, desgraçado como era, ainda vivia sob o escudo da lei britânica e eu não tenho dúvida, inspector, de que, embora esse escudo tenha falhado, a espada da justiça aí está para o vingar.
Tais foram as circunstâncias singulares em relação ao paciente internado e ao médico da Brook Srreet. Desde aquela noite, a polícia nada mais soube dos três assassinos e admite-se a hipótese na Scotland Yard de que eles estavam entre os passageiros do malfadado Norab Creina, que se perdeu há anos atrás com todas as vidas nas costas portuguesas, algumas léguas ao norte do Porto. O processo contra o criado foi fechado por falta de provas e o mistério de Brook Street Mystery, como lhe chamaram, nunca fora, até agora, publicado.