- Estarei de volta pelas três - disse ele ao terminarmos a nossa refeição. - O inspector e o médico vão encontrar-se aqui comigo a essa hora, e espero que nessa altura já tenha esclarecido um pequeno ponto obscuro que o caso ainda apresenta.
As nossas visitas chegaram à hora marcada, mas foi às três e quarenta e cinco que o meu amigo apareceu. Então, pela sua expressão ao entrar, pude ver que tudo correra muito bem.
- Algumas notícias, inspector?
- Prendemos o rapaz.
- Excelente, e eu prendi os homens.
- O senhor prendeu-os! - exclamámos todos.
- Bem, pelo menos descobri-lhes a identidade. Esse tal Blessington era, como eu esperava, muito conhecido no meio policial, e também os seus assaltantes. Os seus nomes são Biddle, Hayward e Moffat.
- Então, Blessington devia ser Surton.
- Precisamente - disse Holmes.
- A quadrilha do Banco Worthingdon! - exclamou o inspector.
- Exactamente - confirmou Holmes.
- Isso é claro como a água - disse o inspector.
Mas eu e Trevelyan olhámos um para o outro confusos.
- Devem sem dúvida lembrar-se do tão famoso caso do banco Worthingdon - disse Holmes. - Estavam implicados cinco homens, estes quatro e um quinto chamado Cartwright. Um guarda chamado Tobin foi assassinado e os ladrões fugiram com sete mil libras. Isto passou-se em 1875. Todos os cinco foram presos, mas não houve provas conclusivas contra eles. Mas este Blessington, ou Sutton, que era o pior da quadrilha, tornou-se delator. Devido ao seu depoimento, Cartwright foi enforcado e os outros três apanharam quinze anos de prisão. Quando há pouco saíram da cadeia, alguns anos antes da pena completa, puseram-se, como percebe, a caçar o traidor para vingar a morte do seu companheiro.