As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 9: O Intérprete Grego Pág. 199 / 274

Mas não diga mais do que perguntarmos ou» - aqui apareceu de novo a zombaria nervosa «melhor seria não ter nascido.»

»À medida que ia falando, abriu a porta e indicou o caminho para uma sala que parecia estar luxuosamente mobilada - mas também iluminada apenas por uma única luzinha fraca. A sala era certamente muito grande e a maneira como os meus pés se afundaram no tapete, quando entrei, sugeriu-me riqueza. Tive uma rápida visão de cadeiras guarnecidas de veludo, de uma mísula de lareira alta, de mármore branco, e, ao lado, o que parecia ser uma armadura japonesa. Havia uma cadeira precisamente debaixo do candeeiro e o velho fez-me sinal para que me sentasse nela. O mais novo deixou-nos, mas voltou de repente, por outra porta, acompanhando um cavalheiro que trajava uma espécie de roupão largo e que se moveu lentamente na nossa direcção. Quando entrou no círculo da luz frouxa, o que me permitiu vê-lo mais claramente, senti um estremecimento de horror perante a sua aparência. Estava mortalmente pálido e terrivelmente macilento, com 'os olhos brilhantes e salientes de um homem cujo espírito é superior à sua resistência. Porém, o que me chocou mais do que qualquer outro sinal de fraqueza física foi o facto de o seu rosto se encontrar grotescamente emplastrado de pano, em linhas cruzadas; um grande pedaço deste material cobria-lhe a boca.

«- Tem aí a ardósia, Harold?» - perguntou o mais velho, quando aquele estranho ser mais caiu do que se sentou na cadeira.

«- Já tem as mãos soltas? Então dê-lhe um lápis. O senhor deve fazer as perguntas, Sr. Melas, e ele escreverá as respostas. Pergunte-lhe, antes de tudo, se está preparado para assinar os papéis.

»Os olhos do homem lançaram chispas de fogo.





Os capítulos deste livro