- O meu amigo e eu vamos voltar a Londres no expresso da meia-noite - anunciou Holmes. - Já respirámos um pouco do ar maravilhoso da sua bela Dartmoor.
O inspector arregalou os olhos e os lábios do coronel contraíram-se num risinho de escárnio.
- Então o senhor perdeu as esperanças de prender o assassino do pobre Straker - disse, batendo as palavras.
- Há certamente graves dificuldades - respondeu Holmes, encolhendo os ombros. - Entretanto tenho esperança de que o seu cavalo ganhe a próxima corrida, na terça-feira, e peço-lhe que prepare o seu jóquei. Pode dar-me uma fotografia de John Straker?
O inspector tirou uma de um sobrescrito que tinha na algibeira e passou-lha.
- Meu caro Gregory, o senhor antecipa todos os meus desejos. Queria pedir-lhe para esperar por mim um momento, enquanto eu vou fazer uma pergunta à criada. Importa-se?
- Devo dizer que estou muito desapontado com o nosso conselheiro de Londres - opinou o coronel, asperamente, mal Sherlock Holmes saiu da sala. - Parece-me que não avançámos um passo sequer.
- Bem, pelo menos o senhor tem a certeza de que o seu cavalo estará presente na corrida - respondi.
- Ah! É verdade, tenho a sua garantia - disse o coronel com um encolher de ombros. - Mas eu preferia ter o cavalo.
Eu ia dar uma resposta em defesa do meu amigo quando este entrou, outra vez, na sala.
- Agora, meus senhores, estou perfeitamente pronto para Tavistock.
Quando nos preparávamos para entrar no trem, um dos rapazes do estábulo abriu-nos a porta. Uma ideia súbita parece ter ocorrido a Holmes porque se inclinou e tocou no braço do rapaz.
- Têm algumas ovelhas no curral? - perguntou.