As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 1: O Estrela de Prata Pág. 23 / 274

O coronel e o inspector esperavam-nos na sala.

- O meu amigo e eu vamos voltar a Londres no expresso da meia-noite - anunciou Holmes. - Já respirámos um pouco do ar maravilhoso da sua bela Dartmoor.

O inspector arregalou os olhos e os lábios do coronel contraíram-se num risinho de escárnio.

- Então o senhor perdeu as esperanças de prender o assassino do pobre Straker - disse, batendo as palavras.

- Há certamente graves dificuldades - respondeu Holmes, encolhendo os ombros. - Entretanto tenho esperança de que o seu cavalo ganhe a próxima corrida, na terça-feira, e peço-lhe que prepare o seu jóquei. Pode dar-me uma fotografia de John Straker?

O inspector tirou uma de um sobrescrito que tinha na algibeira e passou-lha.

- Meu caro Gregory, o senhor antecipa todos os meus desejos. Queria pedir-lhe para esperar por mim um momento, enquanto eu vou fazer uma pergunta à criada. Importa-se?

- Devo dizer que estou muito desapontado com o nosso conselheiro de Londres - opinou o coronel, asperamente, mal Sherlock Holmes saiu da sala. - Parece-me que não avançámos um passo sequer.

- Bem, pelo menos o senhor tem a certeza de que o seu cavalo estará presente na corrida - respondi.

- Ah! É verdade, tenho a sua garantia - disse o coronel com um encolher de ombros. - Mas eu preferia ter o cavalo.

Eu ia dar uma resposta em defesa do meu amigo quando este entrou, outra vez, na sala.

- Agora, meus senhores, estou perfeitamente pronto para Tavistock.

Quando nos preparávamos para entrar no trem, um dos rapazes do estábulo abriu-nos a porta. Uma ideia súbita parece ter ocorrido a Holmes porque se inclinou e tocou no braço do rapaz.

- Têm algumas ovelhas no curral? - perguntou.





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