As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 10: O Tratado Naval Pág. 232 / 274

- Não há dúvida de que, até à data, não tive o menor êxito neste caso.

- Que passos deu o senhor?

- Tenho mantido sob vigilância Tangey, o contínuo, mas o homem tem uma boa folha de serviços e nada descobrimos contra ele. Já a mulher é diferente; creio até que sabe mais do que dá a entender.

- Têm-na seguido?

- Pusemos uma das nossas agentes no seu encalço. Ela bebe mas, apesar de a nossa mulher a ter encontrado já por duas vezes completamente bêbeda, não lhe conseguiu arrancar nada.

- Fui informado de que estiveram cobradores lá em casa.

- É verdade, mas foram pagos.

- E donde lhes veio o dinheiro?

- Isso é que não se sabe. Ela tinha uma pensão já vencida e não mostravam, de modo algum, possuírem fundos.

- Que explicação deu a mulher por ter atendido a campainha quando Sr. Phelps pediu o café?

- Disse que o marido estava muito cansado e ela queria ajudá-lo.

- Isso, de certo modo, vai ao encontro do facto de ele ter sido encontrado a dormir mais tarde. Nada há pois contra eles, a não ser o carácter da mulher. Perguntou-lhe porque ia a correr naquela noite, a ponto de o polícia de serviço ter reparado na sua pressa?

- Explicou que estava mais atrasada do que era costume e queria chegar a casa.

- Observou-lhe que o senhor mesmo e Sr. Phelps, que saíram do Ministério vinte minutos depois de ela partir, chegaram lá antes dela?

- Lembrou-nos a diferença que existe entre um autocarro e um carro de praça.

- E explicou por que motivo correu para a cozinha mal chegou a casa?

- Disse que era lá que guardava o dinheiro para os cobradores.

- Bem, pelo menos tem resposta para tudo. Perguntou-lhe se ela, à saída, encontrou alguém ou viu alguém a vadiar na Charles Street?

- Diz que só viu o polícia.





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