As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 3: O Escriturário da Corretagem Pág. 73 / 274

Pelo destaque que tinha no jornal, parecia ser o único acontecimento de importância da capital, e a notícia dizia assim:

«Uma desesperada tentativa de roubo, culminando com a morte de um homem e a captura do criminoso, ocorreu esta tarde na City. Há já algum tempo que Mawson e Williams, a famosa casa de finanças, tem sido a guardiã de títulos que montam a mais de um milhão de esterlinos. O gerente estava tão consciente da responsabilidade que lhe cabia, em consequência dos interesses em jogo, que cofres da mais recente construção têm sido empregados, e um guarda armado ficava dia e noite no edifício. Parece que na, última semana um escriturário, chamado Hall Pycroft, foi contratado pela firma. Mas essa pessoa transformou-se noutra: Beddington, o famoso falsário e arrombador, que recentemente cumpriu, com o seu irmão, uma pena de cinco anos de trabalhos forçados. Por meios que ainda não estão bem claros, conseguiu, sob um nome falso, esta posição oficial no escritório, e utilizou-a para tirar moldes de várias fechaduras, obtendo um conhecimento perfeito da caixa-forte e dos cofres.

»É costume na Mawson dispensar os funcionários ao meio-dia dos sábados. O sargento Tuson, da polícia da City, ficou, pois, surpreendido ao ver um cavalheiro, com uma sacola, descer as escadarias à uma e vinte. Parecendo-lhe suspeito, o sargento seguiu o homem e, com o auxílio de outro polícia chamado Pollock, conseguiu prendê-lo depois de uma desesperada resistência. Ficou logo patente que um ousado e gigantesco roubo tinha sido cometido. Quase o valor de cem mil libras de acções dos caminhos-de-ferro americanos, com uma grande quantidade de títulos de minas e outras companhias, foram encontrados na sacola.





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