- Viram-no? - berrou Challenger exultante. - Summerlee, viu-o? O colega fitava o sítio onde o animal tinha desaparecido.
- O que é que pretende que seja? - perguntou.
- Segundo todas as probabilidades, um pterodáctilo.
Summerlee desatou num riso irónico:
- Um ptero-carapuça! - disse ele. - Era uma cegonha, sim! Ou então eu nuca vi cegonhas!
Challenger estava demasiado irritado para falar. Atirou com a carga para cima do ombro e tornou a partir. Lorde John chegou ao pé de mim e vi que a sua cara estava mais séria do que de costume. Tinha o binóculo Zeiss na mão.
- Vi-o pelo binóculo antes de ele desaparecer - disse. - Não me arriscaria a dizer o que era, mas aposto a minha reputação de caçador em como se trata de um pássaro como nunca vi na vida!
Tal foi o incidente em questão. Encontram-nos realmente na fronteira do desconhecido, do mundo perdido de que fala o nosso chefe? Descrevo-lhe o incidente tal como ele se passou; o senhor sabe tanto como eu. Depois, nada mais vimos de assinalável.
E agora, caros leitores (admitindo que os tenha um dia), fi-los subir o nosso grande rio, atravessar os juncos, franquear o túnel de verdura, trepar as encostas de palmeiras, furar muros de bambus, escalar esta planície de fetos arborescentes... Mas, enfim, o nosso objectivo está à vista. Quando subimos a segunda crista apareceu-nos uma planície irregular com palmeiras e também esta linha de escarpamentos avermelhados que tinha visto no quadro. Ela ali está, tão certo como escrevo, e não podem haver dúvidas: é a mesma.
