- O que é que se passou? - perguntei quando retomei uma respiração normal. - Onde estão os professores? E o que nos dá caça?
- Os homens-macacos! Senhor, que brutos! Não fale muito alto porque eles têm orelhas compridas, olhos perfurantes, mas nenhum faro, tanto quanto pude avaliar; é por isso que não acredito que dêem connosco. Onde esteve, então, bebé? Safou-se bem, hein?
- Em poucas frases narrei-lhe as minhas aventuras.
- Que espiga! - disse ele, quando falei do dinossauro e da armadilha. - Não é lá muito o país sonhado para uma cura de repouso, hem? Já calculava, mas só o compreendi realmente quando esses demónios nos saltaram em cima. Os canibais Papus enganaram-me uma vez mas, comparados com este exército, eram anjos!
- Como é que aconteceu?
- Ontem de manhãzinha - respondeu. - Os nossos amigos sábios acabavam de abrir os olhos. Não tinham ainda começado a discutir. E depois, de repente, choveram homens-macacos, exactamente como uma chuva de grandes maçãs quando abana uma grande macieira. Deviam ter-se reunido na obscuridade, penso eu, até a grande árvore de especiarias ficar bem guarnecida. Abati um com uma bala no ventre, mas antes de termos tempo para nos voltarmos tinham-se atirado às nossas costas. Chamo-lhes macacos, mas levavam nas mãos mocas e pedras, empregavam uma linguagem incompreensível e ataram-nos as mãos com lianas: são, portanto, animais muito acima de todos aqueles que encontrei nas minhas expedições. Homens-macacos, eis o que eles são. O elo que falta, como dizem...
