Numa noite de Verão apareceu a descer a estrada a galope e parou junto ao portão. Ela estava na soleira da porta e foi ter com ele. Ele atirou o freio por cima da vedação e subiu o carreiro com grandes passadas.
- Estou de partida - disse ele, pegando-lhe nas mãos e olhando com ternura para o seu rosto. - Não pedirei para vires comigo agora, mas estarás preparada para vir quando eu voltar aqui?
- E quando será isso? - perguntou ela, enrubescendo e rindo.
- Quanto muito, alguns meses. Depois virei pedir-te, minha querida. Não há ninguém que se possa pôr de permeio.
- E o pai? - perguntou ela.
- Ele deu o seu consentimento; contanto que consigamos pôr estas minas a laborar. Quanto a isso não tenho medo.
- Oh, óptimo, claro, se tu e o pai trataram de tudo, não há mais nada a dizer - sussurrou ela, com o rosto encostado ao peito largo.
- Graças a Deus! - disse ele com a voz rouca, inclinando-se para a frente e beijando-a. - Então está combinado.