- Incluiu execuções de violino na sua categoria de algazarras? - perguntou ele, ansiosamente.
- Depende do executante - respondi. - Um violino bem tocado é um deleite para os deuses; um mal tocado... - Oh, isso é óptimo! - gritou ele, com uma risada de alegria. - Acho que podemos considerar o assunto resolvido... isto é, se as instalações lhe agradarem.
- Quando as vamos ver?
- Venha ter comigo aqui, amanhã ao meio-dia; iremos juntos e combinaremos tudo - respondeu ele.
- Está bem, ao meio-dia em ponto - disse, apertando-lhe a mão.
Deixámo-lo a trabalhar no meio dos seus químicos, e dirigimo-nos a pé para o meu hotel.
- A propósito - perguntei subitamente, parando e virando-me para Stamford -, como diabo sabia que vim do Afeganistão?
O meu companheiro sorriu enigmaticamente.
- É apenas uma pequena singularidade dele - respondeu. - Muitas pessoas já quiseram saber como é que ele descobre as coisas.
- Oh! É um mistério? - gritei, esfregando as mãos. Isso é muito excitante. Estou-lhe muito agradecido por me ter levado a ele. «O correcto estudo da humanidade é o homem», como sabe.
- Então tem de o estudar - disse Stamford, quando se despediu de mim. - Descobrirá, contudo que ele é um problema complicado. Aposto que ele fica a saber mais a seu respeito do que você a respeito dele. Adeus.
- Adeus – respondi, e encaminhei-me calmamente para o hotel, bastante interessado no meu novo conhecido.