Um Estudo em Escarlate - Cap. 1: Primeira Parte: 1 - O Sr. Sherlock Holmes Pág. 9 / 127

- Incluiu execuções de violino na sua categoria de algazarras? - perguntou ele, ansiosamente.

- Depende do executante - respondi. - Um violino bem tocado é um deleite para os deuses; um mal tocado... - Oh, isso é óptimo! - gritou ele, com uma risada de alegria. - Acho que podemos considerar o assunto resolvido... isto é, se as instalações lhe agradarem.

- Quando as vamos ver?

- Venha ter comigo aqui, amanhã ao meio-dia; iremos juntos e combinaremos tudo - respondeu ele.

- Está bem, ao meio-dia em ponto - disse, apertando-lhe a mão.

Deixámo-lo a trabalhar no meio dos seus químicos, e dirigimo-nos a pé para o meu hotel.

- A propósito - perguntei subitamente, parando e virando-me para Stamford -, como diabo sabia que vim do Afeganistão?

O meu companheiro sorriu enigmaticamente.

- É apenas uma pequena singularidade dele - respondeu. - Muitas pessoas já quiseram saber como é que ele descobre as coisas.

- Oh! É um mistério? - gritei, esfregando as mãos. Isso é muito excitante. Estou-lhe muito agradecido por me ter levado a ele. «O correcto estudo da humanidade é o homem», como sabe.

- Então tem de o estudar - disse Stamford, quando se despediu de mim. - Descobrirá, contudo que ele é um problema complicado. Aposto que ele fica a saber mais a seu respeito do que você a respeito dele. Adeus.

- Adeus – respondi, e encaminhei-me calmamente para o hotel, bastante interessado no meu novo conhecido.





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