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Capítulo 11: 4 - Uma Fuga para Salvar a Própria Vida

Página 94
No entanto, o velho nunca vacilou na sua resolução de pôr termo à própria vida a concordar com o que considerava a desonra da filha.

Uma noite estava sentado sozinho a pensar nos seus problemas e a procurar em vão uma saída para eles. Nessa manhã aparecera o número 2 na parede da casa e o dia seguinte seria o último do prazo estipulado. Depois, que iria acontecer? Toda a espécie de ideias vagas e terríveis enchiam o seu espírito. E a filha... o que lhe iria acontecer depois da sua morte? Não haveria nenhuma possibilidade de escapar a esta rede invisível que os cercava? Deixou cair a cabeça sobre a mesa e soluçou em face da sua impotência.

Que era aquilo? No silêncio ouviu um som suave, baixo, de uma coisa a raspar - muito nítido, porém, na tranquilidade da noite. Vinha da porta da casa. Ferrier dirigiu-se vagarosamente para o vestíbulo e pôs-se à escuta. Houve uma pausa durante alguns instantes; depois o som baixo, insidioso, repetiu-se. Era evidente que alguém estava a bater suavemente numa das almofadas da porta. Seria algum assassino da meia-noite que viera cumprir as ordens do tribunal secreto? Ou seria algum agente que estava a assinalar que tinha chegado o último dia do prazo? Nesse momento, John Ferrier sentiu que a morte seria melhor do que a expectativa que lhe abalava os nervos e lhe enregelava o coração. Deu um salto para a frente, puxou o ferrolho e abriu a porta.

Lá fora tudo estava calmo e sereno. A noite estava agradável e as estrelas tremeluziam no céu. O pequeno jardim da frente espraiava-se à frente dos olhos do rendeiro, delimitado pela vedação e pelo portão, mas nem lá nem na estrada se via algum ser humano. Com um suspiro de alívio, Ferrier olhou para a direita e para a esquerda; olhando por acaso para os seus próprios pés, viu, para seu espanto, um homem estendido no chão, de cara para baixo, com os braços e as pernas abertos.

Ficou tão desalentado com o que viu que se encostou à parede com a mão na garganta para reprimir um grito.

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pág. 94 (Capítulo 11)

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Capa do livro Um Estudo em Escarlate
Páginas: 127
Página atual: 94

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Primeira Parte: 1 - O Sr. Sherlock Holmes 1
2 - A Ciência da Dedução 10
3 - O Mistério de Lauriston Gardens 21
4 - O que John Rance Tinha para Contar 32
5 - O Nosso Anúncio Traz um Visitante 39
6 - Tobias Gregson Mostra o que Sabe Fazer 46
7 - Luz na Escuridão 55
Segunda Parte: 1 - Na Imensa Planície de Alcali 65
2 - A Flor de Utá 76
3 - John Ferrier Fala com o Profeta 84
4 - Uma Fuga para Salvar a Própria Vida 90
5 - Os Anjos Vingadores 100
6 - Uma Continuação das Memórias do Dr. John Watson 110
7 - A Conclusão 122