O Vil Metal - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 225 / 257

- Acho que não devias dizer nas minhas costas.

- No fundo, tentei apenas ser-te útil, ajudar-te.

- Como me podes ajudar obtendo a oferta de uma colocação em que eu não tocaria nem com uma vara de três metros?

- Então, não queres voltar para lá, apesar da situação em que te encontras?

-Nunca.

-Porquê?

- Temos de voltar a tudo isso?

Apertou-lhe o braço com vigor e puxou-o, para que a enfrentasse. Havia uma espécie de desespero na maneira como se lhe agarrava. Efectuara o derradeiro esforço, que se malograra. Era como se o sentisse afastar-se, dissipar-se gradualmente no ar como um fantasma.

- Se continuas assim, acabas por me despedaçar o coração - murmurou.

- Preferia que não te incomodasses por minha causa. Seria tudo muito mais simples.

- Mas por que insistes em destruir a tua vida?

- Garanto-te que não o posso evitar. Tenho de me manter firme na minha posição.

- Compreendes o que resultará daí?

Com uma sensação de frio no coração e, não obstante, de resignação - de alívio, mesmo - Gordon murmurou:

- Queres dizer que teremos de nos separar... de não nos tornar a ver?

Haviam recomeçado a caminhar e naquele momento desembocaram na Westminster Bridge Road, onde foram recebidos por uma violenta rajada de vento, que os envolveu numa nuvem de poeira e obrigou a inclinar a cabeça para o peito.

Tornaram a deter-se. O rosto de Rosemary estava repleto de linhas, e a acção dos elementos em fúria não contribuíam para lhe melhorar o aspecto.

- Queres livrar-te de mim - disse ele.

- De modo algum. Não se trata exactamente disso. - Mas pensas que devemos separar-nos.

- Como podemos continuar assim? - articulou ela, desolada.

- Reconheço que é difícil.

- É tudo tão miserável, tão destituído de esperança! A que conduziria de útil?

- Afinal, não me amas?

- Oh, Gordon, amo, sim!





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