O Vil Metal - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 237 / 257

Colocou-se atrás dela, pousou-lhe as mãos nos ombros pequenos mas firmes e em seguida enfiou uma na gola do casaco e sentiu o calor do seio. Agradava-lhe a sensação de flexibilidade vigorosa do corpo dela, pensar que, lá em baixo, uma semente guardada, o seu filho, se desenvolvia. Rosemary ergueu a mão e acariciou a dele, mas conservou-se silenciosa. Aguardava que ele tomasse uma decisão.

- Se casar contigo, terei de me tornar respeitável - murmurou Gordon, com uma expressão meditativa.

- Achas que eras capaz? - perguntou ela, com uma sugestão da sua antiga atitude.

- Quero dizer que vou ter de arranjar um emprego apropriado... voltar para a New Albion. Suponho que me aceitarão.

Ele sentiu-a empertigar-se com um estremecimento e calculou que esperava ouvi-lo dizer aquilo. Não obstante, estava disposta a fazer jogo limpo. Abster-se-ia de o incitar ou adular.

- Eu nunca disse que queria que fizesses isso. Desejo que cases comigo, sim, por causa do bebé. Mas não infiras daí que terás de me sustentar.

- Não faz sentido que case contigo, se não posso sustentar-te. Imagina que casávamos na minha actual condição: sem dinheiro, nem emprego digno desse nome. Que farias?

- Não sei. Continuaria a trabalhar enquanto pudesse. Depois, quando o meu estado se tornasse muito evidente... bem, creio que teria de recolher a casa de meus pais.

Por fim, respirou fundo e tomou uma decisão.

- Muito bem. Não vou conservar essa espada suspensa sobre a tua cabeça. É demasiado mesquinho. Casa comigo ou não cases, como quiseres. No entanto, terei o bebé, em qualquer dos casos.

- Farás isso? Realmente?

-Sim, creio que sim.

Tomou-a nos braços. O casaco abrira-se e o corpo estava morno em contacto com o dele, que reflectia que seria louco varrido se a deixasse escapar-se-lhe. Não obstante, a alternativa era impossível, e não a via menos claramente pelo facto de a apertar nos braços.

- Gostarias, claro, que voltasse para a New Albion.

- Não. Só se quisesses.

-Sim, quero. No fundo, é natural. Pretendes ver-me a ganhar de' novo um salário decente. Num bom emprego, com quatro libras semanais e uma aspidistra na janela. Não é isso? Confessa.





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