Sangue Azul - Cap. 20: 8 Pág. 213 / 287

Há muito que fascinava a minha imaginação... e, se me atrevesse, murmuraria os meus desejos de que esse nome nunca mudasse.

Pareceu a Anne que foram estas as suas palavras, mas mal lhes captara o som a sua atenção foi atraída por outros sons imediatamente atrás de si, que tornaram tudo o mais banal. O seu pai e Lady Dalrymple estavam a conversar.

- Um homem bem-parecido - dizia Sir Walter -, um homem realmente muito bem-parecido.

- Sem dúvida, um jovem muito distinto! - concordou Lady Dalrymple. - Tem um ar superior ao que é frequente ver em Bath. Irlandês, imagino.

- Não. Por acaso sei como se chama. Conheço-o de vista.

Wentworth, capitão Wentworth, da Armada. A irmã dele é casada com o meu inquilino do Somersetshire - o Croft, que arrendou Kellynch.

Antes de Sir Walter ter chegado a este ponto, os olhos de Anne tinham seguido a direcção certa e entrevisto o capitão Wentworth, parado entre um grupo de homens, a pouca distância. Quando os seus olhos pousaram nele, os dele pareceram desviar-se dela. Foi essa a impressão que Anne teve, como se tivesse chegado um momento tarde de mais. E enquanto ela ousou continuar a observar, ele não voltou a olhar. Mas o concerto ia recomeçar e ela foi forçada a fingir que devolvia a sua atenção à orquestra e a olhar a direito, em frente.

Quando lhe foi possível lançar outro olhar, ele tinha-se afastado.

Não poderia ter-se aproximado mais dela, mesmo que quisesse, tão cercada e isolada se encontrava - mas Anne teria gostado de atrair o seu olhar.

A conversa de Mr. Elliot também a incomodava. Perdera toda a vontade de falar com ele. Gostaria que não estivesse tão perto dela.

O primeiro acto terminara. Esperou que fosse possível, agora, alguma mudança benéfica, e após um período de silêncio entre os componentes do grupo, alguns deles resolveram ir em busca de chá.





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