Sangue Azul - Cap. 22: 10 Pág. 255 / 287

Seria uma pena ficarmos separados, além de que perderíamos também a companhia de Miss Anne, se há uma festa em casa do pai dela. Tenho a certeza de que nem eu nem a Henrietta nos interessaríamos pela peça se Miss Anne não pudesse estar connosco.

Anne sentiu-se sinceramente grata por tal amabilidade, e igualmente, também, pela oportunidade que lhe deu de dizer, decididamente:

- Se dependesse apenas da minha vontade, minha senhora, a reunião em minha casa (exceptuando na parte que toca à Mary) não constituiria o mínimo impedimento. Não tenho prazer nenhum naquele tipo de reuniões e sentir-me-ia muito feliz trocando-a por uma peça de teatro, e convosco. Mas talvez seja melhor não o tentar.

Tinha falado, mas tremeu quando chegou ao fim, consciente de que as suas palavras tinham sido escutadas e não tentando sequer observar o seu efeito.

Em breve ficou decidido que a ida ao teatro seria, portanto, na terça-feira, embora Charles se reservasse o direito de continuar a arreliar a mulher, teimando que ele iria ver a peça no dia seguinte, mesmo que mais ninguém fosse.

O capitão Wentworth levantou-se e foi até à lareira - provavelmente com a intenção de sair de lá pouco depois e ir colocar-se, com um propósito menos evidente, junto de Anne.

- Não está em Bath há tempo suficiente para apreciar as reuniões nocturnas locais - observou.

- Oh, não! O carácter habitual de que se revestem não me diz nada. Não aprecio jogos de cartas.

- Eu sei que não apreciava, antigamente. É verdade, não costumava gostar de cartas. Mas o tempo opera tantas mudanças...

- Ainda não mudei a esse ponto - replicou Anne, mas calou-se logo, temendo sabia lá que má interpretação. Depois de esperar alguns momentos, ele disse, e de uma maneira que





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