» E passou-me este mesmo papel que aqui tenho, Watson, e é este o estranho catecismo a que cada Musgrave tinha de se submeter quando chegasse a homem.
«Vou citar as perguntas e respostas tais como estão:
«- De quem era?
«- De quem morreu.
«- Quem a terá?
«- Quem vier.
«- Qual era o mês?
«- O sexto desde o primeiro.
«- Onde estava o sol?
«- Lá no carvalho.
«- Onde estava a sombra?
«- Debaixo do olmo.
«- Como era andado?
«- Norte dez e dez, leste cinco e cinco, sul dois e dois, oeste um e um, e por fim debaixo.
«- O que daremos por ela?
«- Tudo o que é nosso.
«- Porque devemos dar-lhe?
«- Por causa da confiança.
«- O original não tinha data, mas tem o tipo de letra dos meados do século XVII» - observou Musgrave. «- Receio, todavia, que pouco o ajude a resolver este problema.»
«- Pelo menos» - respondi - «ele apresenta-nos outro mistério, e mais interessante do que o primeiro. Pode ser que a solução de um seja a solução do outro. Há-de desculpar-me, Musgrave, se eu disser que o seu mordomo parece ter sido um homem muito inteligente e ter tido uma intuição mais lúcida do que dez gerações da família dos seus amos.
«- Não o compreendo» - disse Musgrave. «- O papel parece-me sem a menor importância prática.»
«- Mas a mim parece-me imensamente prático e penso que Brunton tinha a mesma opinião. Provavelmente vira-o antes daquela noite em que você o apanhou.
«- É muito possível. Não tínhamos o menor cuidado em o esconder.
«- Ele simplesmente queria, segundo creio, avivar a memória nessa última ocasião. Ele não tinha, se bem entendi, uma espécie de mapa ou carta que estava a comparar com o manuscrito e que meteu no bolso quando você apareceu?
«- Exactamente.