As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 7: O Corcunda Pág. 147 / 274

Por um instante, o véu daquela natureza tensa e apaixonada fora levantado, mas por um instante apenas. Quando o olhei outra vez pelo canto do olho, o seu rosto já readquirira aquela compostura impassível de pele-vermelha que levava tantos a considerá-lo mais uma máquina do que um homem.

- O problema apresenta características de interesse - disse ele. - Posso até dizer que de excepcional interesse. Considerei a matéria e já cheguei, segundo penso, quase a uma solução. Se me pudesse acompanhar neste último passo, ser-me-ia de considerável valor.

- Com todo o prazer.

- Poderia ir até Aldershot amanhã?

- Não tenho dúvida de que Jackson se encarregará dos meus clientes.

- Eu queria partir de Waterloo às onze e dez.

- Terei tempo suficiente.

- Então, se não estiver com muito sono, far-lhe-ei um esboço do que aconteceu e do que resta a fazer.

- Estava com sono antes de você chegar. Agora estou perfeitamente desperto.

- Resumirei a história até onde for possível, sem omitir nada de vital ao caso. É provável que tenha lido alguma narrativa do assunto. Trata-se do suposto assassínio do coronel Barclay, da Royal Mallows, em Aldersot, que estou a investigar.

- Não sei de nada.

- Não provocou grande atenção, excepto no local. Os factos têm apenas dois dias. Em resumo, são os seguintes:

»O Royal Mallows, como sabe, é um dos mais famosos regimentos irlandeses do exército britânico. Fez maravilhas tanto na Crimeia como no Mutiny-, e tem-se distinguido desde esse tempo em todas as ocasiões possíveis. Até segunda-feira à noite foi comandado por James Barclay, um valoroso veterano, que começou como soldado raso, foi elevado à elasse de oficiais pela sua bravura no tempo de Mutiny e que desde então viveu para comandar o regimento onde fora soldado.





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