O Mundo Perdido - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 223 / 286

O próprio Challenger concordou que havíamos feito tudo quanto era possível e que o nosso primeiro dever consistia em relatar à Ciência moderna as descobertas espantosas que acumuláramos.

Dispusemos, então, da oportunidade de observar um pouco mais de perto os índios que nos acompanhavam. Eram homens baixos, secos, nervosos, activos, bem constituídos, cujos cabelos pretos e lisos se achavam reunidos atrás da cabeça num carrapito seguro por uma correia de couro; as tangas também eram de couro. Tinham caras imberbes, bem desenhadas e abertas. As orelhas possuíam o lóbulo pendente, ensanguentado e rasgado: fora, sem dúvida, furado para levar jóias que os raptores lhes tinham arrancado. Exprimiam--se numa língua incompreensível para nós, mas falavam muito; designavam-se uns aos outros pronunciando a palavra «Acala»; inferimos que se tratava do nome da sua nação. De vez em quando, as caras convulsionavam-se sob o efeito do terror e do ódio, agitavam os braços na direcção dos bosques e gritavam: «Dodal Doda!»; era seguramente assim que chamavam aos inimigos.

- O que pensam deles? - perguntou Lorde John Roxton ao Professor Challenger. - Para mim uma coisa é clara: o homenzinho que tem a cabeça rapada é o chefe das suas tribos.

Tornava-se, com efeito, patente que aquele homem possuía uma classe à parte e que os outros só se dirigiam a ele com sinais de profundo respeito.





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