Dispusemos, então, da oportunidade de observar um pouco mais de perto os índios que nos acompanhavam. Eram homens baixos, secos, nervosos, activos, bem constituídos, cujos cabelos pretos e lisos se achavam reunidos atrás da cabeça num carrapito seguro por uma correia de couro; as tangas também eram de couro. Tinham caras imberbes, bem desenhadas e abertas. As orelhas possuíam o lóbulo pendente, ensanguentado e rasgado: fora, sem dúvida, furado para levar jóias que os raptores lhes tinham arrancado. Exprimiam--se numa língua incompreensível para nós, mas falavam muito; designavam-se uns aos outros pronunciando a palavra «Acala»; inferimos que se tratava do nome da sua nação. De vez em quando, as caras convulsionavam-se sob o efeito do terror e do ódio, agitavam os braços na direcção dos bosques e gritavam: «Dodal Doda!»; era seguramente assim que chamavam aos inimigos.
- O que pensam deles? - perguntou Lorde John Roxton ao Professor Challenger. - Para mim uma coisa é clara: o homenzinho que tem a cabeça rapada é o chefe das suas tribos.
Tornava-se, com efeito, patente que aquele homem possuía uma classe à parte e que os outros só se dirigiam a ele com sinais de profundo respeito.